Quanto custa manter um avião?

"Comprar o avião é fácil. Difícil é manter!" - Essa frase é muito ouvida por quem se interessa em comprar sua primeira aeronave. E até que faz algum sentido. Um avião mal comprado pode ser uma fonte inesgotável de despesas. A escolha de um avião adequado ao seu perfil certamente impacta diretamente nas despesas fixas e podem tornar muito atrativo o custo operacional.

De forma objetiva, um avião bimotor oferece despesas elevadas para um proprietário que na realidade necessita de um ultra leve avançado, e o custo do equipamento pode não ser tão diferente. Os valores variam em função de vários fatores e não é difícil encontrar, por exemplo, um monomotor Cessna 182 - Skylane 2015 ao preço de um turbo-hélice King Air 1980.

Em um universo tão grande de opções, nunca deixe de analisar com cuidado a melhor opção para seu uso. As despesas fixas, variam de acordo com vários fatores, a ver:

Programa de manutenção

Algumas revisões e manutenções são obrigatórias em função de tempo, independente do uso do avião. Portanto, mesmo que você voe muito pouco, ainda assim será necessário realizar algumas revisões como: IAM (Inspeção Anual de Manutenção), CA (Certificado de Aeronavegabilidade) e em aeronaves a pistão, é muito recomendado que pelo menos a cada 6 meses seja realizada uma manutenção do tipo 50 horas.

Cada aeronave conta com seu programa de manutenção e ele deve ser analisado durante a escolha do modelo ideal. Após identificar o número de horas planejadas e levantar os valores aproximados da execução dos serviços obrigatórios, será possível planejar os gastos com manutenção ao longo do ano e calcular até mesmo o custo por hora, KM ou dia.

Hangaragem

Aviões abandonados ao tempo se deterioram em uma velocidade aceleradíssima! Comprar um avião planejando deixá-lo exposto rotineiramente ao sol e chuva pode trazer despesas inesperadas. Além da agressão à pintura, a chuva constante além de infiltrar nos tanques, ataca metais não preparados para esse tipo de contato tão frequente. Fabricantes como a Piper e a Beechcraft orientam a utilização de capas sobre o painel para reduzir o calor interno na cabine, que impactam na durabilidade de componentes eletrônicos do painel.

Fora a deterioração, a segurança também é um fator importante ao decidir hangarar seu avião. Aviões contam sistemas de segunraça muito simples e aeroportos, principalmente de cidades de interior, oferecem pouquíssima vigilância. Além do risco de furto de objetos, equipamentos e acessórios, também existem a possibilidade de pessoas mal intencionadas ou apenas curiosas interferirem em componentes importantes como tubo de pitot ou até mesmo misturarem substâncias ao combustível ou óleo.

Ademais, empresas de hospedagem geralmente oferecem facilidades acessórias, como sistemas auxiliares de partida (GPUs), salas de espera e até mesmo limpeza e polimento. Em aeroportos administrados, contar com o "atendimento" de uma dessas empresas significa agilidade no embarque/desembarque, uma vez que não é necessário passar pelo processo de embarque e traslado de solo.

A alternativa à hangaragem é a utilização do pátio de manobras e estacionamento, porém em aeroportos controlados, este serviço é tarifado e frequentemente, a utilização recorrente (mês inteiro) tem o valor bem próximo aos serviços de hangaragem do local.

Tripulação

Por mais reduzido que seja o uso da aeronave, um piloto administrando significa economia. Em uma conta simples, pode parecer um custo elevado, no entanto o controle da documentação, supervisão das manutenções e controle da disponibilidade da aeronave são tarefas que exigem conhecimento técnico. Do contrário, são grandes as chances de ser surpreendido com tarifas atrasadas, manutenção vencida, documentação irregular ou várias possibilidades imprevisíveis de um avião "sem piloto".

Tarifas e seguro RETA

A maioria das tarifas que incidem sobre aeronaves são decorrentes de voos, no entanto algumas são cobradas independente do uso. Estas tarifas representam um valor praticamente irrisório e não pagá-las acarreta na impossibilidade de voar.

Além destas tarifas, um seguro obrigatório também deve ser contratado anualmente, o RETA. Esta apólice cobre os prejuízos causados aos proprietários atingidos em caso de acidente sobre construções ou outros bens em solo.

Vantagens de se ter um avião particular

Vistos os custos fixos, os demais variam de acordo com a utilização, como combustível e manutenção por uso. Cabe ao proprietário organizar suas finanças para um bom aproveitamento do patrimônio, desfrutando das vantagens que um avião particular trás:

  • Controle dos horários de saída e chegada das viagens, proporcionando mais tempo útil para negócios ou lazer;
  • Sair e chegar diretamente das cidades que lhe convém, evitando ao máximo conexões e escalas;
  • Planejamento de reuniões, viagens e/ou atender saídas emergenciais, com decolagens rápidas;
  • Utilizar o tempo de voo para reuniões com privacidade;
  • Proporcionar conforto e agilidade aos clientes em deslocamento para seu negócio;
  • Deslocamentos e viagens com descrição e privacidade

Colocando na pota do lápis: escolhendo a aeronave adequada para seu perfil, os custos operacionais podem facilmente ser cobertos pela economia de tempo, agilidade e praticidade. O fundamental é concentrar esforços em encontrar uma aeronave em boas condições e utilizar de forma consciente.